sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Deserto...



"... Transforma o meu deserto em um jardim secreto, lugar de intimidade Contigo. Tú És tudo o que eu preciso."

(Trecho da música "Tua Presença" Diante do Trono 7 - Ana Paula Valadão Bessa)


Quando nos deparamos com situações adversas, aflições e dificuldades, temos o costume de dizer que estamos num deserto. Em nossa busca incessante por mais Deus em orações, clamores e até em canções, sempre pedimos que o Senhor se revele a nós, que nos permita conhecê-lo mais, que manifeste a Sua glória, o Seu poder, que fale conosco, etc. E este é o desejo do Pai, que tenhamos mais Dele e que o conheçamos mais, porém para que possamos alcançar um nível maior de intimidade e comunhão com o nosso Deus temos um preço a pagar. Por muito tempo eu dizia ao Senhor que estava disposto a pagar o preço afim de ter mais Dele em minha vida, dizia isso pq achava que Ele se revelaria a mim da forma que eu pensava que isso aconteceria. Infelizmente nos enganamos quando achamos que sabemos a forma que Deus fará com que as coisas aconteçam em nossas vidas, diz a palavra que os pensamentos do Senhor não são como os nossos, e ísso é fato, são bem maiores que os nossos pensamentos. E Deus, na sua soberena sabedoria sabe exatamente como trabalhar em cada um de nós, de forma individual, específica e precisa. Assim foi com nossos irmãos do passado, o povo de Israel. Deus que é o grande estrategísta, usava de diversas formas para que o povo o conhecesse mais e que esse desejo de estar cada vez mais perto Dele não se esfriasse. A bíblia relata várias situações onde o tão falado deserto se torna o cenário perfeito para mais uma poderosa manifestação da Sua glória, a que no momento está ardendo em meu peito é esta:

"Portanto, agora vou atraí-la; vou levá-la para o deserto e vou falar-lhe com carinho. Ali devolverei a ela as suas vinhas, e farei do vale de Açor uma porta de esperança. Ali ela me responderá como nos dias de sua infância, como no dia em que saiu do Egito."
(Oséias 2:14-15 NVI)


Não há lugar melhor para conhecermos mais o nosso Deus que o deserto. Creio que quando estamos nele, o Senhor deve dizer: Enfim sós! Contra nossa vontade somos levados a ele (deserto), aí entra a questão do preço a pagar, muito além do nosso querer existe a necessidade, e Deus sempre irá nos pedir algo que custe um preço de renúncia. Sair da nossa "zona de conforto" e abrir mão da nossa "estabilidade" prara vivermos o novo de Deus é um processo difícil, inclusive o rei Davi deixou claro que jamais ofereceria coisa alguma a Deus que não lhe custasse algo (2 Samuel 24:24b NVI). Será que estamos realmente dispostos a oferecer ao Senhor algo que seja de grande importância pra nós? Estamos escolhendo a boa parte?

Desde quinta- feira (29/09/11), a hitória de uma mulher levada ao deserto impactou minha vida e quero compartilhar isso com você. Uma escrava chamada Hagar, na infertilidade se Sara, concebeu um filho a Abraão que teve por nome Ismael. Quando Sara teve um filho (Isaque), Abraão despede Hagar e Ismael:


"Na manhã seguinte, Abraão pegou alguns pães e uma vasilha de couro cheia d’água, entregou-os a Hagar e, tendo-os colocado nos ombros dela, despediu-a com o menino. Ela se pôs a caminho e ficou vagando pelo deserto de Berseba.
Quando acabou a água da vasilha, ela deixou o menino debaixo de um arbusto e foi sentar-se perto dali, à distância de um tiro de flecha, porque pensou: "Não posso ver o menino morrer". Sentada ali perto, começou a chorar
."

(Gênesis 21:14-16 NVI)


Hagar ao se deparar com sua limitação após seus recursos (pão e água) se acabarem, esboçou a reação mais comum e propícia ao lugar onde se encontrava. Creio que se ela estivesse em um povoado, certamente ao invés de chorar ela sairía em busca de ajuda de porta em porta ou até mesmo com as pessoas que cruzassem seu caminho. Enquanto confiarmos em nós mesmos e/ou nos nossos recursos, estaremos suscetíveis ao fracasso e a decepção. Deus entrará em ação somente quando não pudermos fazer mais nada. Deus sabe exatamente como trabalhar, o deserto é um lugar onde conhecemos o cuidado, a bondade, o amor e a fidelidade de Deus.


"Deus ouviu o choro do menino, e o anjo de Deus, do céu, chamou Hagar e lhe disse: "O que a aflige, Hagar? Não tenha medo; Deus ouviu o menino chorar, lá onde você o deixou.
Levante o menino e tome-o pela mão, porque dele farei um grande povo".
Então Deus lhe abriu os olhos, e ela viu uma fonte. Foi até lá, encheu de água a vasilha e deu de beber ao menino.
Deus estava com o menino. Ele cresceu, viveu no deserto e tornou-se flecheiro.
"

(Gênesis 21:17-20 NVI)


Como Deus é lindo! Já reparou que quando a gente pensa que está tudo acabado, que chegamos ao fim e que tudo está perdido, Deus entra com providência? Eu creio que a vida de Hagar nunca mais foi a mesma depois deste dia. Mesmo sendo escrava, não lhe faltava nada na casa de seu senhor (Abraão), foi obrigada a deixar sua "estabilidade"e "zona de conforto" e enfrentar o desconhecido para viver um novo tempo.
Não temas! - disse o anjo a ela. Hagar foi encorajada pelo anjo do Senhor com duas palavras que se repetem ao longo da bíblia não por 1, 2 ou 10 vezes, mas sim, por 366 vezes. Para cada dia do ano temos 1 NÂO TEMAS, e ainda sobra mais 1 como garantia de que realmente não temos o que temer. O choro de Hagar e Ismael subiu a Deus por não se tratar de um choro de murmuração, instatisfação e descontentamento, e sim, de um choro de desespero, de aflição e como um pedido de socorro. Quem sabe Hagar ao invés de chorar saísse resmungando e chutando a areia do deserto igual o Chaves quando leva um cascudo ou até mesmo gritando ao céus e questionando a Deus por isso tudo. Ninguém pode nos socorrer no deserto senão Deus. Muitas vezes nossas lágrimas nos impedem de ver o senhor, o Seu agir e até a providência esperada. O deserto é um lugar de recomeço, por isso, após ser amparada e encorajada, Hagar recebe a promessa de que por meio do filho que aparentemente foi rejeitado, motivo pelo qual teve que enfrentar o deserto, Deus faria uma grande nação. Podemos crer que no momento certo nossos olhos serão abertos e veremos o socorro de Deus no meio das nossas aflições. Deus não abriu os olhos de Hagar para que ela visse uma garrafa de 500ml de Bonafont, a visão dela foi aberta e ela contemplou uma fonte e assim pode se saciar. Deus nos permite desfrutar da abundância no deserto.
Uma coisa é certa, quem passa pelo deserto na dependêcia do Senhor, sái dele transformado, restaurado, encorajado, capacitado e fortalecido assim como Ismael, que cresceu no deserto e se tornou um flecheiro (forte guerreiro). Que o fato de sabermos as dificuldades encontradas neste lugar, muitas vezes tão temido de se enfrentar, não nos impeçam de mergulharmos no novo do Senhor e desfrutarmos de tudo que Ele tem pra nós. Que o Espírito Santo possa ministrar ao seu coração aquilo que aqui não foi registrado.

No amor do Cordeiro


Eddy

( enviado e postado por @EdDyFeReNtE )

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